Hemograma: O exame que interpreta sua saúde

O que o seu sangue revela sobre sua saúde?

Uma simples gota de sangue pode fornecer informações valiosas sobre o seu organismo. Os exames laboratoriais permitem identificar desde condições comuns, como anemia, até doenças mais complexas, como diabetes e problemas cardiovasculares. Ao analisar componentes como glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas, os médicos detectam inflamações, infecções e outras alterações que podem indicar riscos à saúde.

Além disso, exames de sangue também auxiliam no monitoramento de funções essenciais do organismo, como os níveis de colesterol, glicose e hormônios, permitindo ajustes na alimentação, estilo de vida e tratamentos médicos. Marcadores específicos indicam predisposição para certas doenças, ajudando na prevenção e acompanhamento no acompanhamento de condições crônicas. Por isso, a realização periódica desses exames é fundamental para manter a saúde em equilíbrio e garantir um diagnóstico precoce quando necessário.

O processo de análises clínicas, desde o momento da coleta até o início da realização do exame, envolve uma série de etapas cuidadosas para garantir a precisão e a confiabilidade dos resultados. 

 

O sangue é composto por quatro principais elementos: Glóbulos vermelhos (hemácias ou eritrócitos); Glóbulos brancos (leucócitos); Plaquetas (trombócitos) e Plasma.

Glóbulos Vermelhos: Responsáveis por transportar oxigênio dos pulmões para o corpo e ajudam a remover o dióxido de carbono. Níveis baixos podem indicar anemia, e níveis altos podem sugerir problemas como desidratação ou doenças pulmonares.

Glóbulos Brancos: São parte do sistema imunológico e ajudam a combater infecções. O aumento pode indicar infecção, inflamação ou doenças mais graves, enquanto a diminuição do número de leucócitos pode sugerir problemas no sistema imunológico.

Plasma: É a parte líquida do sangue, composta principalmente por água (cerca de 90%), mas também contém proteínas, sais minerais, hormônios, gases dissolvidos e nutrientes. Ele corresponde a cerca de 55% do volume total do sangue e tem uma coloração amarelada. O plasma é essencial para o transporte de células sanguíneas, nutrientes, resíduos metabólicos e outras substâncias pelo corpo.

Plaquetas: São fragmentos de células presentes no sangue, produzidos na medula óssea, que desempenham um papel importante na coagulação sanguínea e na cicatrização de feridas. Quando ocorre uma lesão vascular, as plaquetas se agrupam no local para formar um “tampão” e liberam substâncias que ajudam a iniciar o processo de coagulação, evitando a perda excessiva de sangue.

Elementos do sangue: Plasma, glóbulos e plaquetas

 

O que é um Hemograma e por que ele é importante?

O hemograma completo é um dos exames de sangue mais comuns e importantes na medicina, que fornece informações detalhadas sobre as células do sangue, ajudando a avaliar a saúde geral do paciente e a identificar possíveis problemas, como infecções, anemias, inflamações ou distúrbios no sistema imunológico.

O hemograma é dividido em três partes principais, que avaliam diferentes tipos de células e componentes do sangue:

  1. Série Vermelha (Eritrograma): Analisa os glóbulos vermelhos (eritrócitos ou hemácias), responsáveis pelo transporte de oxigênio no corpo. Parâmetros avaliados:
  • Hemácias: Quantidade de glóbulos vermelhos.
  • Hemoglobina (Hb): Proteína que transporta oxigênio. Níveis baixos podem ser um sinal de anemia, enquanto níveis altos podem indicar problemas como doença pulmonar crônica.
  • Hematócrito (Ht): Porcentagem de glóbulos vermelhos no volume total de sangue. Mede a proporção do volume de glóbulos vermelhos em relação ao volume total de sangue. Pode ajudar a identificar anemia ou desidratação.
  • VCM (Volume Corpuscular Médio): Indica o tamanho médio dos glóbulos vermelhos. Pode ajudar a diagnosticar diferentes tipos de anemia, como a anemia ferropriva.
  • HCM (Hemoglobina Corpuscular Média): Quantidade média de hemoglobina por hemácia.
  • CHCM (Concentração de Hemoglobina Corpuscular Média): Concentração de hemoglobina nas hemácias.
  • RDW (Amplitude de Distribuição dos Eritrócitos): Variação no tamanho das hemácias.
  1. Série Branca (Leucograma):Analisa os glóbulos brancos (leucócitos), que fazem parte do sistema imunológico e defendem o corpo contra infecções e agentes estranhos. Parâmetros avaliados:
  • Leucócitos totais: Quantidade total de glóbulos brancos.
  • Neutrófilos: Combatem infecções bacterianas.
  • Linfócitos: Atuam na defesa contra vírus e na produção de anticorpos.
  • Monócitos: Atuam na defesa contra infecções e na limpeza de tecidos mortos.
  • Eosinófilos: Relacionados a alergias e infecções parasitárias.
  • Basófilos: Envolvidos em processos alérgicos e inflamatórios.
  1. Plaquetas (Trombócitos): As plaquetas são essenciais para a coagulação sanguínea e o controle de sangramentos. Ajudam na coagulação do sangue e na cicatrização de feridas. Contagens baixas podem aumentar o risco de sangramentos, enquanto contagens altas podem aumentar o risco de trombose.
  • Volume Plaquetário Médio (VPM): tamanho médio das plaquetas.

 

Conclusão

O hemograma completo é um exame essencial para avaliar a saúde geral e identificar possíveis alterações no organismo. Através da análise das células sanguíneas, ele oferece informações valiosas para o diagnóstico de anemias, infecções, inflamações e outras condições. Por ser simples, rápido e de grande utilidade clínica, é uma ferramenta indispensável tanto para check-ups de rotina quanto para o acompanhamento de tratamentos específicos. Manter os exames em dia é uma forma eficaz de cuidar da saúde e prevenir futuras complicações.

 

Links de referência:

https://hilab.com.br/blog/como-interpretar-hemograma/

https://blog.sabin.com.br/medicos/como-interpretar-o-hemograma/

 

Texto: Cibele Sperone – Coração & Perfusão

 

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Sistema de Autotransfusão XTRA®

Autotransfusão Intraoperatória – CELL SAVER

Autotransfusão Intraoperatória: Uma Alternativa para Reduzir o Uso de Hemocomponentes em Cirurgias

As cirurgias cardíacas frequentemente envolvem uma perda significativa de sangue, levando à necessidade de transfusões sanguíneas em muitos casos. Contudo, esta prática enfrenta desafios, como a escassez de hemoderivados devido à alta demanda em diversas áreas da medicina e ao número reduzido de doadores. Além disso, as transfusões podem acarretar complicações pós-operatórias e nem sempre são aceitas pelos pacientes, seja por questões de saúde, religiosas ou pessoais.

Desta forma, a Autotransfusão Intraoperatória pode ser uma alternativa da equipe cirúrgica evitando assim o uso de hemocomponentes.

A utilização de uma técnica denominada Cell Saver durante a cirurgia cardíaca, permite que o sangue perdido no campo cirúrgico seja aspirado, lavado e reinfundido no paciente, podendo recuperar em até 90% das hemácias perdidas durante a cirurgia. Uma técnica segura e eficaz; que reduz aproximadamente 50% a utilização de hemoderivados, diminuindo as complicações pós-operatórias e reduzindo o tempo de internação e de infecções associadas. Em geral o uso do Cell Saver proporciona uma boa relação custo/benefício em cirurgias com perda mínima de sangue e que não possua contra-indicações para uso dessa técnica.

Como funciona?

O sangue do campo é aspirado pela máquina, armazenado, filtrado e centrifugado para concentrar as hemácias e separá-las dos demais componentes. As hemácias são lavadas com uma solução salina removendo os produtos endógenos e os produtos introduzidos no campo cirúrgico. Com isso são removidos restos de fibrina circulante, medicamentos dissolvidos no sangue, microagregados, hemoglobina livre, fatores pró-coagulantes e heparina (usada no processo de aspiração do sangue do campo cirúrgico). Assim, as hemácias lavadas são suspensas em solução salina e são encaminhadas para uma bolsa de reinfusão, prontas para serem transfundidas no paciente.

 

INDICAÇÕES x CONTRA-INDICAÇÕES

Indicações:

  • Pacientes com perda estimada acima de 1 L ou 20% do volume de sangue
  • Pacientes que apresentam anemia ou fatores de risco aumentados para sangramento
  • Pacientes com grupo sanguíneo raro ou sensibilizados por politransfusões anteriores
  • Pacientes Testemunhas de Jeová
  • Indicações cirúrgicas, como cirurgias cardíacas e vasculares: revascularizações do miocárdio, trocas de valva, cirurgias com ou sem uso de CEC, aneurismas tóraco-abdominais
  • Em casos de reoperações
  • Cirurgias Ortopédicas: cirurgias extensas de coluna espinal (escoliose e artrodese); próteses de fêmur e quadril, revisões, próteses de joelho e ombro (bilaterais)
  • Cirurgias Urológicas: prostatectomias radicais retropúbicas, cistectomias (retirada da bexiga), nefrectomias (retirada dos rins)
  • Neurocirurgia: aneurismas basilares
  • Transplantes de fígado, rins, coração

O **Cell Saver** também é uma ferramenta avançada em cirurgias ginecológicas, especialmente em procedimentos que podem resultar em perda significativa de sangue, como histerectomias, miomectomias e cirurgias oncológicas.

Contra-indicações relativas:

  • Cirurgias contaminadas
  • Cirurgias oncológicas (perigo de disseminação de células malignas)

 

VANTAGENS DA UTILIZAÇÃO DA AUTOTRANSFUSÃO INTRAOPERATÓRIA

  • Redução de aproximadamente 50% a utilização de sangue homólogo
  • Diminuição das complicações pós-operatórias, associada a uma redução do número de dias de internamento e de infecções associadas
  • Boa relação custo/benefício, em particular a partir da segunda unidade de sangue recuperado especialidades cardíaca, ortopédica e vascular
  • Não induz a significativa coagulopatia clínica
  • Elimina risco de transmissão de doenças infectocontagiosas
  • Elimina risco de incompatibilidade ABO
  • Previne reações transfusionais
  • Elimina a TRALI (transfusion-related acute lung injury)
  • Elimina a doença Enxerto X Hospedeiro
  • Imediata disponibilidade de sangue fresco
  • Diminui a demanda por sangue homólogo
  • Opção em caso de grupos sanguíneos raros e anticorpos (pacientes sensibilizados)
  • As hemácias são reinfundidas à temperatura ambiente
  • As hemácias recuperadas têm maior capacidade de transporte de oxigênio do que aquelas contidas nas unidades de concentrados de hemácias, homólogas, estocadas nos bancos de sangue

 

CUSTO-BENEFÍCIO

Os procedimentos de recuperação intraoperatória de sangue costumam ter uma boa relação custo-benefício em cirurgias com perda mínima, geralmente equivalente a 2 unidades de concentração de hemácias, e que não apresentam contraindicações para a técnica. Nos transplantes de fígado, a autotransfusão intraoperatória é uma opção econômica para fornecer transfusões imediatas, permitindo a recuperação de litros de sangue que podem ser devolvidos rapidamente ao paciente.

Doe sangue!! Uma simples atitude pode salvar muitas vidas!

 

Material fornecido: Dossiê Autotransfusão Intraoperatória – Politec Saúde / Sistema de Autotransfusão XTRA®️

Coração & Perfusão

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